terça-feira, 28 de junho de 2011

12° texto



Minha amiga Natalia apresentou o seminário com o texto:  
“O pós-dramático e a pedagogia teatral”.

O pós-dramático não é o fim da dramaturgia convencional. É um além, um pós.
Uma das características do drama é a representação de um personagem, no pós-dramático é mais ser do que representar, isso é um dos princípios do pós-dramático. O que se observa é mais presença do que representação. É mais um depoimento pessoal através de experiência, conhecimento, mas impulsão de energia do que informação, sentido.
No pós-dramático o artista joga a obra e o espectador dá o sentido.
 
Depois da rápida apresentação, fomo ao debate que foi bem interessante, não teve muita participação de todos os alunos, mas os que falaram, falaram bem e serviu para dar prosseguimento no debates e até um breve depoimento da Wlad sobre o começo dela na escola de teatro e dança da ufpa e uma fala chorosa da Erica sobre a oportunidade que ela tem de falar na hora do debate. Depois a professora Ana lobato falou um pouco sobre os blogs e daí partimos para a avaliação,sem intervalo, porem nem todos da turma avaliaram, no entanto muitos gostaram e aprenderam bastante com as aulas. Eu não falei. Mas tenho guardado comigo os sentimentos, as sensações, os aprendizados que tive durante as aulas. 

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Chuva na Praça


Dia do mundial do teatro e nacional do circo, fizemos um cortejo. Combinamos de nos encontrar na Praça da Trindade e de lá ir caminhando à Praça da República para fazermos algumas apresentações e comemorarmos esse dia tão especial.
Cheguei na praça da Trindade às 9:00 hrs e estavam apenas a Nete, Maria, Gabriela (Gabi) e a Priscila (Pri), depois foi chegando outras pessoas da ETDUFPA de outros lugares e companhias de circo, umas pessoas com penas de pau com bonecos criativos de palhaços e outros personagens como eu e a Gabi que estávamos caracterizadas com nossas personagens do nosso espetáculo de conclusão do curso de iniciação teatral da Unipop- 2010 “Ou seja, Amor!”.
Mas não vão pensando que deu muita gente. O cortejo foi bom, no entanto, pequeno em quantidade de pessoas. Pelo menos ocupamos metade de uma rua. =D
Demos inicio ao cortejo. Chegamos à Praça da República em frente ao Teatro da Paz e ali começamos. Dançamos, sorrimos, interagimos com o publico, um dos meninos que estava vestido de palhaço até deu umas voltas em uma bicicleta não sei de quem. Eu dancei bastante e até interagi com a matita pereira, parei e me virei, olhei para um moço que estava com uma menina no colo. Ele me chamou.  Eu fui. Aproximando-me percebi que a menina aparentemente com três anos de idade queria me abraçar, ela fez sinal com o braço. Eu a carreguei no colo, ela me deu um beijo no rosto e eu retribui. Rapidamente pensei que aquela criança não sabe exatamente quem sou, talvez não saiba que o que ela assisti seja teatro, mas de alguma forma sente vontade de me abraçar.
Acho que quem passou alguma emoção, sentimento ou entusiasmo para alguém ali, não foi eu como atriz para a criança, foi a criança que passou algo para a atriz.
Edmilson Rodrigues apareceu la, falou um pouco, palavras interessantes as dele. A professora Inês também falou, enquanto isso vi outra menina com uns cinco anos de idade, ela sorrio para mim e eu retribui, meu sorriso foi uma confirmação de que ela podia fazer o que queria, me abraçar. A menina em questão de segundos veio em minha direção e meu abraçou forte. Bem forte. Logo em seguida um rapaz pediu que eu tirasse uma foto com ele. Tirei.
Fomos para debaixo de uma arvore enorme que fica próximo ao teatro e ali vimos duas apresentações, um monólogo da Erica e Tecido, foi bom, todos se juntaram ao redor para assistir, porém começou a chover quando íamos à terceira apresentação, o publico se dispersou. A chuva ia e voltava. Eu e meus amigos ficamos sob sombrinhas, uma em cima d’outra, tipo um teto. Não estava tão confortável então fomos para uma barraquinha no meio da praça. 
A Gabi e a Pri decidiram tirar a maquiagem e se trocar ali mesmo. Eu estava olhando o movimento da praça com chuva mesmo e fui me trocar também, no meio da praça. Peguei o espelho e fiquei me olhando pensando se eu tiraria a maquiagem, decidi que iria tirar.
Eu e meus amigos demos uma volta pela praça, choveu de novo. Paramos, esperamos, conversamos, passou. Saímos de novo. Choveu de novo. Paramos...
Voltamos para a mesma barraca e la ficamos conversando mais ainda.
Já era quinze para as três da tarde, nos dividimos, Gabi e mais um rapaz foram para uma parada, eu, Erica e Rogerio fomos para outra.
Próximo da parada vinha meu bonde. Fiz sinal, me despedi, subi no bonde. Sentei no banco da frente para pegar a meia passagem e o dinheiro, passei na roleta, sentei num banco de trás e fiquei pensando na manha e metade da tarde, agradeci a Deus pelas alegrias. Depois pensei se postaria isto no blog, decidi que sim. E durante o percurso fui pensando na melhor coisa que me aconteceu no cortejo.
O sorriso das duas meninas.

Dia 20 de Junho


Chegou o dia do trabalho de conclusão da disciplina Trajetórias do ser da Professora Wlad Lima. Para alguns foi à primeira apresentação na escola de Teatro e Dança da Ufpa, para outros não. Alguns chegaram cedo, outros no horário determinado, às 18:30 sendo que às 20:00 as apresentações começariam e simultaneamente em duas salas. Dois alunos chegaram super atrasados. Um deles chegou três minutos antes do começo de nossas apresentações, no entanto deu tempo de arrumar o espaço dele, pois alguns alunos da outra turma de licenciatura estavam dando os últimos ajustes na iluminação.
Como eu via meus amigos: com orgulho, cada um ali dando seu melhor. Alguns nervosos, mas felizes, outros relaxados e felizes.

Alguém tem tesoura?
Eu tenho... Perai, cade? Não tenho. Perai deixa eu ver de novo. Ah, ta aqui, toma.
Alguém tem fita durex?
Me empresta isso?
Me empresta aquilo?
Quer ajuda?
Enche de água pra mim?
Ai meu Deus.
Quer ajuda?
Não. Obrigada.
Ah, eu quero, me ajuda aqui.
Nossa!
Calma, vai da tudo certo.
Égua, cadê meu negocio daqui?
Essa sala já ta muito cheia.
Mas tem a outra que ainda não ta muito cheia.
É então acho que vou pra lá.
Ai, eu quero uma escada.
Vou atrás de uma.
Ta aqui a escada.
Valeu.
Faltam vinte minutos.
Quem sujou a sala de biscoito?
Toma.
Desculpa.
Cuidado.
Ai to nervosa.
Isso aqui é nada mais que a gente.
Tem razão.
Valeu.
Olha agora que ele chegou.
Atrasadíssimo.
Faltam três minutos.
Prontos?
Merda.

Ouvi sussurros, vi choros, ouvi gritos e pés batendo no chão, vi pessoas entrando, não ouvi silencio, vi luzes. Senti o famoso frio na barriga e agradeço por sempre senti-lo. Acho que quando não sentir mais esse frio então é porque não vale mais apena fazer teatro. Acabou o tempo, fomos para outra sala ver nossos amigos. Estava tudo muito lindo. Voltamos para a nossa sala. Começamos de novo. Dessa vez algo mudou, pelo menos pra mim, acho que para alguns ou se não para todos. Comecei a interagir mais com o publico. Agora acabou de verdade. Sensação de missão comprida. Dizendo adeus a alguns figurinos que iam à lixeira, dizendo até logo para o cenário e alguns objetos de cena. Por um momento os flashes das câmeras cessaram para alguns abraços e parabéns. Foi quando eu concordei que o teatro fala mesmo no silencio, como os rostos que se escondem quando as mascaras entram em cena. O teatro exibi suas palavras escritas em um papel para aqueles que querem ler. O teatro fala, ouvi e ver como também sente. O teatro diz adeus e parti com sua caravana. O teatro diz olá e se apresenta. O teatro chora e sorrir, assim como as mascaras nos mostram. O teatro é um mundo do invisível que se mostra visível aos olhos de quem o aceita. O teatro te aceita sendo ator, sendo diretor, professor, espectador, dramaturgo ou não. Ele se chama planeta. Ele está sempre por ai dizendo olá e adeus. O teatro é onde vivemos quando ele se chama trajetórias do ser.

11° texto



Meu amigo Flavio apresentou o seminário com o texto: “Canalização”.
Eu cheguei atrasada nessa aula, peguei o fim da exposição e fomos direto ao debate. Percebendo as falas, a maioria era da Wlad, entendi que a canalização estabelece a idéia de que o teatro também é como uma religião e o ator canaliza energias espirituais. Assim como em algumas religiões como a Católica e a Evangélica em que pessoas canalizam a energia do Espírito Santo podendo falar em línguas diferentes ou repousar no Espírito; no Espiritismo o médium pode conversar, ver, ouvir, sentir espíritos de pessoas que já morreram, na Umbanda a pessoa pode receber o caboclo e em outras religiões, seitas, culturas pode haver manifestações, canalizações de espíritos, entidades, xamãs, etc. Isso é pra dizer que o processo de canalização é comum em algumas religiões, seitas, culturas como também é no teatro, mas com suas particularidades e aproximações.

No ator essa canalização pode vir voluntaria ou involuntariamente na hora de um ensaio ou apresentação podendo continuar com sua apresentação normalmente e até tornando-a melhor ou perder o controle e foco.
Conversei com alguns de meus amigos pra saber como foi a apresentação do Flavio. Me disseram que foi bem difícil, pois ele, mas uma vez, se complicou nas explicações. Falo mais uma vez porque ele já havia apresentado um seminário onde não foi muito feliz na apresentação. As explicações que ele tentava dar ficaram mais claras quando a Wlad explicou.
Depois do debate fomos assistir o espetáculo: O pequeno, grande aviador e o planeta do invisível.